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Entrada de petroleiras europeias salva o leilão da maior reserva brasileira

Consórcio formado por Petrobras e companhias estrangeiras vence disputa por área de exploração na costa do Rio de São Paulo

Protestas contra la subasta. Río de Janeiro, 21 de octubre de 2013
Protestas contra la subasta. Río de Janeiro, 21 de octubre de 2013FELIPE DANA (AP)

O consórcio formado pela anglo-holandesa Shell, a francesa Total, as chinesas CNPC e CNOOC e a brasileira Petrobras ganhou a primeiro grande leilão de petróleo organizado pelo Brasil desde o descobrimento do pré-sal, a área submarina diante da costa do Rio de Janeiro e São Paulo onde os especialistas apontam enormes reservas de petróleo e gás. Apesar de só um consórcio ter participado e de não ter sido preciso mais do que uma oferta para a concessão, a entrada das duas empresas europeias salvaram o leilão. O governo brasileiro temia que apenas empresas estatais (como as duas chinesas e a própria Petrobras) disputassem a jazida, mas, com a entrada das outras duas companhias privadas, o resultado foi muito comemorado.

Segundo a diretora geral da ANP, Magda Chambriard, o Brasil receberá 300 bilhões de reais (quase 140 bilhões de dólares) em royalties, que o Estado retende investir em educação (75&) e saúde (25%). “Seria difícil imaginar um sucesso maior. Estas empresas estão entre as dez maiores do mundo no mercado energético. Isto trará um bilhão de lucro para o nosso governo nos próximos 30 anos”, disse Chambriard. Pouco depois do anúncio do resultado do leilão, as ações da Petrobras subiram 5% na Bolsa de Valores de São Paulo.

Horas antes do início do leilão, a espanhola Repsol, representada pela Repsol-Sinopec, a sua filial brasileira de capital sino-espanhol, anunciou que sairia da disputa por Libra. Na semana passada, a estadunidense Exxon e as britânicas BP e BG também decidiram não continuar no leilão, que há meses desperta o interesse de analistas e petroleiras. O governo brasileiro esperava a participação de umas 40 empresas de diversos países e várias rodadas de ofertas, mas no final os interessados ficaram reduzidos a 10, entre eles a própria Petrobras.

O leilão, realizado num hotel famoso no bairro residencial da Barra da Tijuca, foi cercado por um forte dispositivo de segurança, com mais de mil policiais e soldados enfrentando manifestantes e diversas agremiações, entre elas o sindicato de trabalhadores do petróleo. Os manifestantes exigiam a suspensão do leilão por considerarem que o Estado brasileiro estava entregando o pré-sal a empresas estrangeiras.

Mas o resultado do leilão desmente esta opinião, já que o consórcio vencedor, que na verdade foi o único a disputar o campo de Libra, comprometeu-se a entregar ao Estado brasileiro 41,65% do petróleo que conseguir extrair. Na verdade, esta era a porcentagem mínima estabelecida pelas regras do leilão, o que corrobora a ausência de disputa.

A Petrobras entrará no negócio com uma participação de 40%, ao passo que Shell e Total terão 20% de capital cada uma. As chinesas CNPC e CNOOC têm 10% cada uma. O consórcio terá de pagar um bônus de assinatura de 15 bilhões de reais (pouco menos de 6,9 bilhões de dólares) ao Brasil pelos direitos de extração. Este valor era o mínimo estabelecido nas regras do leilão.

Para que Libra entre em funcionamento, as petroleiras também deverão investir cerca de 10 bilhões de reais (pouco mais de 46 bilhões de dólares) na instalação de entre 12 e 18 plataformas de grande porte e empregar até 90 barcos de apoio.

O contrato firmado terá duração de 35 anos não prorrogáveis, embora o previsto é que os poços só comecem a bombear petróleo em 2019. Os especialistas estimam que dez anos depois se alcançará a capacidade máxima de extração, calculada em 1,5 milhões de barris por dia.

Os cálculos foram feitos com base em informações ainda incertas da Agência Nacional de Petróleo (ANP) de que Libra, com 1.500 quilômetros quadrados de superfície e localizado na bacia de Santos, teria entre 8 e 12 bilhões de barris de petróleo. Segundo a ANP, esta jazida sozinha duplicaria as reservas comprovadas do Brasil.

Tradução de Cristina Cavalcanti

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