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Entrevista con Luciana Genro

Candidata do PSOL à presidência do Brasil

Luciana Genro

A presidenciável socialista, por duas vezes deputada federal do Rio Grande do Sul, respondeu às perguntas dos internautas do EL PAÍS. Leia as respostas.

1Ayres Monteiro Neto01/10/2014 03:03:32

Olá Luciana, sou Brasileiro, de São Paulo, Como Professor de Educação Física, gostaria de saber quais são seus projetos para o Esporte do Brasil tendo em vista que este, é uma das grandes ferramentas de Inclusão social?

Oi, Ayres. Nosso programa de esportes foi feito com a grande colaboração do jornalista Juca Kfouri. É um importante instrumento de inclusão social e de promoção da saúde. Como está em nosso programa: "Construir um país saudável, que invista no esporte como fator de prevenção de doenças, socialização e educação, tripé que reduz a violência e estimula a cidadania". Tu podes conhecer mais dele no www.lucianagenro.com.br/programa.

2Jean 01/10/2014 03:10:25

Luciana, qual é o seu posicionamento sobre a desmilitarização das Policias Militares, sobre o funcionamento das UPPs no Rio de Janeiro e sobre o projeto que criou Estatuto Geral das Guardas Municipais, dando porte de arma e alguns poderes de polícia aos GMs?

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Acredito que é necessário uma reforma nas polícias, que deve começar pela desmilitarização, com valorização dos policiais através de um piso salarial nacional, carreira única e formação em direitos humanos. Não é concebível numa democracia que a polícia seja militarizada e tenha como lógica a guerra. Vimos o despreparo e descontrole da polícia nas manifestações de junho de e recentemente no caso do trabalhador do comércio de rua de São Paulo sumariamente executado. As UPPs tem um grande problema: levaram polícia e não levaram direitos sociais. O acesso à saúde, à educação e ao saneamento seguem sendo negligenciados pelo governo carioca. As UPPs apresentam os mesmos problemas da polícia militar de outros lugares, acaba aprofundando a criminalização da pobreza como vimos no caso do Amarildo. Sobre as Guarda Municipais defendi na minha campanha à Prefeitura de Porto Alegre em que elas tenham o conteúdo que apresentei acima.

3Anónimo01/10/2014 03:14:41

Por qual a razão a senhora silenciou durante o debate da TV Record após ouvir as declarações absurdas do candidato Levy Fidelix de odio à população LGBT? Nenhum candidato comentou, todos se calaram.

Quem silenciou durante toda a campanha sobre os direitos LGBTs foram a Dilma, a Marina e o Aécio. Pautei em todos os debates o tema LGBT, o combate à homofobia e à transfobia, o casamento civil igualitário e o programa Escola Sem Homofobia, que a Dilma cedeu aos seus acordos com os reacionários no Congresso Nacional. Marina cedeu os direitos LGBTs em menos de horas e tuítes do Malafaia. Aécio mal toca na questão. Não concordo com essa ideia de que silenciei. Se eu não tivesse levado esse tema aos debates, essa seria mais uma eleição que o tema seria desprezado.

4Pedro Lemos01/10/2014 03:18:06

Os bancos lideram a arrecadação tributária no Brasil e são submetidos a um regime mais severo de tributação em relação às demais empresas. Não soa demagógico satanizar os bancos quando os fatos mostram que eles contribuem substancialmente à manutenção do país?

Pedro, na verdade é o contrário. As instituições financeiras tem carga tributária de %, enquanto a indústria tem carga tributária de %. Essa é uma das discrepâncias que precisam ser corrigidas para que o país possa garantir mais direitos sociais à população, aumentando a arrecadação de um setor da economia que atua com muita liberdade, responsável pela crise econômica que o mundo vive e que não gera emprego e riqueza.

5Gustavo Bruno01/10/2014 03:25:28

Luciana, em uma democracia representativa como a nossa, apesar do poder relativo que o presidente possui para realizar políticas, o apoio legislativo é muito necessário para empreende as reformas que o executivo planeja. Ainda mais sabendo o alto grau de interesses conflitantes no Congresso Nacional contra os ideais que você defende. Uma dúvida então seria se você e o PSOL teriam esse apoio para empreender as reformas que planejam realizar. Caso eleita, como pretende lidar com essa questão?

Oi, Gustavo. Tem várias medidas importantes que são prerrogativas da Presidência da República, como a política econômica e a auditoria da dívida pública. Sempre recordo o fato de que nenhuma presidente se elege com maioria no Congresso. A diferença é que os governos todos fazem da relação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional um verdadeiro balcão de negócios. Foi o que o FHC fez com a famosa compra de votos para a emenda constitucional da reeleição e que o PT fez com o mensalão para aprovar a Reforma da Previdência. Não vamos governar com essa lógica, comprando parlamentares. Até porque os projetos aprovados através da corrupção são todos contra os interesses populares. Vamos apresentar um conjunto de reformas ao país e pedir o apoio da população e da sociedade civil organizada. Assim como fizemos com nosso programa vamos construir as grandes reformas necessárias com o apoio de entidades e movimentos. Vamos realizar esforços para que se traduza em votos no Congresso a vontade do povo, que foi às ruas em lutar por mais direitos. As passeatas de junho botaram medo nos políticos, que aprovaram até a cassação de mandatos parlamentares com voto aberto. Portanto, é necessário apresentar um novo modo de relação do governo com o Parlamento, em que o povo seja protagonista.

6Professor7901/10/2014 03:33:15

Bom dia Luciana. O meu voto é teu. Vivo na Catalunha há 10 anos e sou simpatizante de esquerda. A maioria dos avanços conquistados pela sociedade catalã provieram de esquerda. Gostaria de saber como o PSOL vai combater a violencia impune que hoje em dia o Brasil vive em todas as suas grandes cidades? Obrigado.

Professor, o primeiro passo para resolver a violência é identificar sua causa. A maior parte dos crimes estão relacionados à desigualdade social, à pobreza e ao desemprego. Há uma relação direta entre o aumento da população carcerária masculina e o desemprego. Temos que mudar o paradigma de combate à violência. O modelo de "guerra às drogas" fracassou no mundo todo, como reconheceu a London School of Economics, em estudo recente. Essa estratégia apenas aumentou a violência, a corrupção e não diminuiu o consumo de drogas. Proponho a descriminalização e regulamentação do uso da maconha, como um primeiro passo na construção de um novo paradigma. Precisamos tirar a maconha da ilegalidade para que os usuários não tenham contato com os traficantes, que acabam oferecendo drogas mais lucrativas, como o crack por exemplo. Estudos comprovam que o efeito lesivo da maconha é semelhante ao de drogas lícitas como o álcool, cigarro, Rivotril e Lexotan, por exemplo. Tirar da ilegalidade permitirá campanhas educativas para os riscos do consumo e sua redução. Além de diminuir o nível de encarceramento de jovens, em sua maioria negros e pobres, que vão para a cadeia por causa da relação com drogas como a maconha e saem de lá ainda mais sem perspectivas de emprego, tendo apenas o narcotráfico como oportunidade. É preciso rever o problema de conjunto e ter coragem para fazer o debate aberto e franco, sem tabus e preconceitos.

7Anónimo01/10/2014 03:34:38

Por que ser contra o sistema capitalista se os países com melhores índice de desenvolvimento são capitalistas e não os socialistas?

Oi, Alexandre, bom dia. Esta comparação não pode ser feita assim porque não há nenhum país socialista do tipo que defendemos, livre da exploração, da opressão e com amplas liberdades democráticas.

8Anónimo01/10/2014 03:37:18

Oi, Relve. A federalização da educação é uma proposta que quero discutir com todo o movimento educacional. Sou aberta à discussão e desse canal democrático podemos desenvolver as melhores soluções para a educação. Para implementar a educação em tempo integral é preciso de mais investimentos. Vamos promover mudanças significativas na política econômica para atingir os % do PIB na Educação, que nos permitirá nacionalizar a educação em tempo integral.

9Priscilla Xavier01/10/2014 03:40:19

Tendo em vista a renúncia fiscal das despesas com saúde, que alimenta os lucros dos planos privados reduzindo os investimentos no SUS, quais são suas propostas para ampliar os recursos e garantir a melhoria do sistema de saúde?

Oi, Priscilla. Defendo que sejam aplicados % da Receita Corrente Bruta para a saúde pública, eliminando incentivos para os subsídios da saúde privada.

10Richard Melo01/10/2014 03:41:47

No seu governo como seria a relação entre poder público e população geral? O que significa para você poder popular?

Oi, Richard. Poder popular significa uma maior participação do povo nas decisões do país, através de plebiscitos, referendos e da revogabilidade dos mandatos, que permitirá ao povo tirar o mandato de um político que não cumpra seu programa ou esteja envolvido em corrupção.

11Fernando Henrique Alniezi01/10/2014 03:45:38

Caso você não vá para o segundo turno, você pretende apoiar algum partido ou irá seguir o mais coerente e se abster?

Oi, Fernando. Estamos lutando para ir ao segundo turno. A votação é só no domingo. Por isso, leiam nosso programa e nossas propostas no www.lucianagenro.com.br e todas as redes sociais. Se todos que simpatizam com as nossas propostas votarem , estaremos lá! Caso eu não esteja no segundo turno, tenho certeza que o PSOL siga o que fez em e e não apoie nenhuma candidatura. Não fazemos política para barganhar cargos, fazemos política para defender causas. Quanto mais votos tivermos, mais forte estarão as bandeiras que a gente vocalizou na eleição, que não nossas do PSOL, são de amplos setores da sociedade.

12Anónimo01/10/2014 03:47:23

Luciana, o que você tem a dizer para as pessoas que não acreditam na política e pensam em votar em branco?

Oi, César, como vai? Esta é uma atitude que só ajuda a manter tudo como está. Não contribui para as mudanças que a própria pessoa defende. É um "tiro no pé", já que aumenta as chances dos mesmos de sempre ganharem.

13Anónimo01/10/2014 03:48:38

Candidata Luciana, por que a senhora saiu do PT?

Oi, Renê. Eu fui expulsa do PT em , mas se não fosse teria saído do PT. Os fatos desses doze anos de governo petista mostraram que só é possível ter uma esquerda coerente no Brasil fora do PT.

14Anónimo01/10/2014 03:49:28

Qual sua opinião sobre dar autonomia total para o Banco Central?

Sou contra, Bárbara. O Banco Central deve estar em harmonia com a política aprovada pelo povo nas urnas, portanto sob controle da Presidência da República e não dos mercados.

15Fabio Silva01/10/2014 03:51:23

Quais as medidas você irá utilizar para combater a corrupção?

Oi, Fabio. A primeira coisa é lutar pelo fim do financiamento privado das campanhas, que são a origem da corrupção. Ampliar os mecanismos de transparência da máquina pública. Dar total autonomia e estrutura aos órgãos de investigação e de controle para que se apure todas as irregularidades.

16Caio Taveira, Madrid01/10/2014 03:55:18

Oi Luciana, primeiramente quero dizer que o meu voto é seu. Qual é a necessidade de se regulamentar a mídia e de que forma se democratiza a mídia sem afetar a neutralidade da mesma?

Obrigada, Caio. Algumas medidas podem ser tomadas imediatamente como a proibição de políticos terem concessões de rádio e TV, por meio de laranjas. Outra medida é o combate a propriedade cruzada dos meios, que gera concentração abusiva, já proibida em várias democracias pelo mundo. Não quero restringir o que a imprensa diz, isso é o que a própria imprensa faz atualmente. A campanha eleitoral de é um verdadeira escândalo nesse sentido. Houve um pacto entre os principais veículos de comunicação do país para que apenas opções aparecessem como viáveis aos olhos da população, ampliando a desigualdade que já se tem no tempo de TV no horário eleitoral gratuito e no financiamento de campanha.

17Anónimo01/10/2014 03:57:23

Luciana, além do seu super suporte à comunidade LGBT, o que eu concordo totalmente, o que mais você pretende fazer pelo Brasil? Considerando que a situação aqui está preta.

Luísa, apresento várias medidas importantes para ser feitas. Confere no ucianagenro.com.br/programa. Vale a pena a leitura e divulgação nas redes. Está separado por tema.

Mensaje de Despedida

Muito obrigada pela participação. Infelizmente não pude responder a todas as perguntas, mas várias dessas respostas vocês encontram no www.lucianagenro.com.br/programa e nas nossas redes sociais. Peço que todas e todos que simpatizam com nossas propostas votem no 50. Voto útil é aquele que a gente não se arrepende. Quanto maior for a votação do PSOL, mais forte estarão as bandeiras que defendemos, independente de quem ganhe a eleição. Um abraço.

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