O escritor conversa com os internautas nesta segunda-feira às 11h da manhã (hora de Brasília).
1Erick Heidan07/04/2014 03:55:52
Olá Laurentino. Percebo nos seus livros que você faz uma redução para nós, o grande público, compreender as nuances da história. Até que ponto esse reducionismo prejudica na sua pesquisa, no sentido de você não expor tudo o que pesquisa ou não entra tão a fundo na discussão política?
Bom dia, Erick. Acredito que cada livro tem (ou deveria) o seu propósito bem definido. Minhas obras não pretendem esgotar nem aprofundar demais os temas, mas apenas contribuir para ampliar o interesse do público pela História do Brasil. Poderíamos chamar isso de "divulgação científica". Uso a técnica jornalística para chamar e reter a atenção dos leitores (por exemplo, com subtítulos provocativos de capa). Uma vez capturada a atenção do leitor, não posso ficar só na superfície. Tenho de dar um mergulho mais profundo, mas não tão profundo que afaste o leitor mais leigo. Portanto, trata-se de uma linha tênue e até perigosa. Meu objetivo é ser um abridor de portas. Gostaria que as pessoas começassem a se interessar pela História do Brasil lendo os meus livros-reportagem e adquirissem tal gosto pelo tema que, depois se aventurassem a ler obras mais densas e profundas, como Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda (para citar um exemplo).
2Anónimo07/04/2014 04:00:57
Olá Laurentino. Você esteve em minha cidade, Araçatuba, no dia 04 deste mês e confesso que foi um presente assistir à sua palestra. Tristemente eu ainda não li seus livros, mas já corri para adquirir as três edições. Sou jornalista, mas não estou atuando profissionalmente em minha área. Minha pergunta é: com relação a construção do nosso estado e a evolução da sociedade brasileira, o que representa para você o aumento de jovens na busca por concursos públicos?
Joaquim Nabuco em uma de suas obras magistrais se refere ao Brasil como um gigantesco paraíso de funcionários públicos. Segundo ele, no Século , a força e a presença do Estado em todos os setores da economia e da sociedade brasileira eram tão avassaladoras que todo mundo queria ser funcionário público. Era a única via aberta ao crescimento e ao sucesso profissional em um país avesso ao trabalho (herança da escravidão) e ao risco associado à inovação e à livre iniciativa. Pois bem, esse cenário não mudou muito. Outro dia vi numa reportagem de TV que milhões de jovens brasileiros estão se candidatando neste ano a cerca de . vagas no serviço público. O Estado brasileiro continua enorme e desproporcional aos recursos do país. Este é também um país que não estimula a pesquisa, o risco e a inovação. A única garantia realmente certa para os jovens é a estabilidade assegurada pelo serviço público. Nesse ambiente, continuaremos a ter uma burocracia enorme, complexa e poderosa. Mas a possibilidade de aparecer um Steve Jobs capaz de inventar iPhones e iPads é mínima...
3Anónimo07/04/2014 04:04:21
Muitos brasileiros, sobretudo catarinenses, discordam do nome Florianópolis dado à antiga Desterro, capital de Santa Catarina, em homenagem ao Marechal Floriano. Que opinião tem o historiador Laurentino Gomes a respeito?
Essa é uma herança terrível dos anos que se seguiram à Proclamação da República. Um mito muito recorrente na história brasileira é o de que somos um povo pacífico, que não se rebela contra qualquer mudança e que aceita as transformações políticas como fato consumado. Por essa visão, não há guerra nem sangue na história brasileira. É um mito sem fundamento, como mostra a história da Proclamação da República. O sangue que deixou de correr no dia de novembro de jorrou em profusão nos dez anos seguintes em Canudos, na Revolta da Armada e na Revolução Federalista. Foram mais de . mortos. Em Santa Catarina houve o terrível massacre de quase duas dezenas de revolucionários em uma fortaleza da capital, então chamada de Vila de Nossa Senhora do Desterro, a mando de Floriano Peixoto, o Marechal de Ferro. Como se isso não bastasse, uma vez "consolidada" a República, a cidade foi rebatizada em homenagem a Floriano, como Florianópolis. É uma herança com a qual boa parte da população convive mal ainda hoje.
4Ricardo Bittar07/04/2014 04:10:05
Por que existe uma cultura de violência? Qual é a sua origem? Quantas gerações levarão para mudar essa cultura?
Acredito que a violência tem três importantes raízes históricas. A primeira é a notória desigualdade social, herança ainda da escravidão, que fecha as portas para a imensa maioria da população. O crime organizado é sedução inegável para muitos jovens sem oportunidade de emprego. Mas seria um erro atribuir a criminalidade só à pobreza (caso contrário não haveria ricos criminosos). Um segundo fato é a também notória fragilidade das nossas instituições incapazes de enfrentar de forma adequada o crescimento e a sofisticação do crime organizado. Trata-se de um cálculo de risco. No Brasil a polícia é tão ineficiente e corrupta, e a justiça tão lenta, que, do ponto de vista dos criminosos, o risco de ser bandido compensa. Por fim, há o atabalhoado processo de urbanização recente do país, que criou as imensas franjas de pobreza e abandono na periferia das grandes cidades. Até um século atrás, este era um país predominantemente rural. A vida no campo era relativamente estável e organizada, com laços familiares e comunitários que que, de certa forma, inibiam a criminalidade. Hoje, a paisagem urbana brasileira é dominada por favelas e bairros pobres nas grandes metrópoles, nos quais os veículos sociais se quebraram e a ação do Estado é limitada. Tudo isso é um vetor da violência.
5Luiz Alencar07/04/2014 04:14:41
A repressão que se seguiu ao golpe foi homogênea desde abril de 1964 ou o movimento teve variações de acordo com os estados?
O regime militar de teve fases bem distintas no que diz respeito à repressão. Em uma primeira etapa, a repressão se deu nas instituições políticas. Deputados, senadores e políticos opositores ao novo regime tiveram seus mandatos e seus direitos políticos cassados. Havia, até a morte de Castello Branco, a ideia de restabelecer a democracia pela convocação de eleições presidenciais. Ou seja, o regime teria um caráter provisório, com o objetivo de fazer uma "rápida limpeza" no quadro político, segundo o ponto de vista dos militares. Tudo isso mudou no segundo governo militar, de Costa e Silva, no qual se observa um clima de radicalização tanto dos militares quanto dos grupos de esquerda que combatiam o regime. O resultado foi o AI- em e a repressão em massa aos opositores, o que incluiu a prisão, exílio, tortura e morte de muitos dissidentes. Alguns historiadores militares como "uma revolução dentro da revolução".
6Rafael07/04/2014 04:19:55
Você acha que seria factível um dia o Brasil voltar à Monarquia?
Acho pouco provável. O Brasil fez um plebiscito em em que a maioria dos eleitores escolheu, nas urnas, a república como regime de governo. É uma decisão importantíssima porque, ao contrário de , não se tratou mais de um general sobre um cavalo depondo a monarquia. Foi o povo tomando a decisão de forma democrática. Nosso desafio hoje é assumir a república que escolhemos em . Percebo ainda uma certa nostalgia monárquica no comportamento das pessoas. O brasileiro não participa da atividade política. Não participa de sindicatos, de partidos, de reuniões de pais nas escolas, e nem das assembleia de condomínio do prédio em que vive. Mas cobra e espera muito do Estado, que deve ser um provedor de todo o bem-estar social, incluindo empregos, segurança, educação e saúde. Essa é uma perspectiva monárquica do poder. É o imperador, pai de todos, que vai nos prover de todas as nossas necessidades sem que nós precisemos - ou queiramos - participar das decisões. Portanto, para assumir a república que escolhemos em , é preciso assumir que nós somos os agentes de transformação e que o instrumento disponível para isso é o voto. Sem essa mudança de natureza cultural tanto faz que o Brasil seja uma monarquia ou uma república. Os problemas continuarão do mesmo tamanho.
7juan Arias07/04/2014 04:24:30
Olá Laurentino, até quando permanecem vivas as cicatrizes de uma ditadura? Na Espanha, o franquismo, com mais de um milhão de mortos, acabou há quase 40 anos e o país ainda continua tristemente dividido. Um abraço.
As feridas ainda estão abertas, mas vejo uma certa relutância da sociedade e das instituições brasileiras em cicatrizá-las. Existem inúmeras "comissões da verdade" em funcionamento no país, mas o seu poder de investigação é bastante limitado. Vejo também uma certa relutância por parte dos militares em participar desse esforço de "passar a história a limpo". Boa parte dos militares continua a se comportar como avalistas incondicionais do regime militar de , como se isso significasse também esconder a tortura, as mortes e os atentados cometidos no período. Acho que essas feridas só serão cicatrizadas quanto houver, por parte de todos os envolvidos, espírito aberto de cooperação e desprendimento, capaz de entender que dificilmente conseguiremos seguir adiante na nossa história, de forma saudável, sem nos colocar de acordo a respeito desse passado
8Jogonoli07/04/2014 04:29:27
Como conseguir um espaço nesse mercado cada vez mais digital? Novos escritores terão a possibilidade de verem seus livros publicados, ou terão de primeiro conhecer o mercado digital e, tendo êxito, conhecerão o impresso?
Uma notícia publicada recentemente revela que no Reino Unido a venda de e-books, os chamado livros digitais, cresceu % em apenas um ano no mercado britânico. Nos Estados Unidos, já representam cerca de um quarto da venda total de livros. Isso não significa que os livros estejam condenados à morte. O futuro do livro e o futuro do papel são coisas diferentes. O formato papel parece estar mesmo com seus dias contados, mas o conteúdo dos livros continuará a ser tão relevante quanto sempre foi. A boa literatura depende, portanto, menos do formato do que do talento do escritor ou da sua capacidade de pesquisa e surpreender o leitor. É nisso que nós, escritores, devemos nos focar. As mudanças de formato sempre foram e serão inevitáveis. As novas tecnologias representam ameaças para os modelos tradicionais de distribuição de conteúdo, mas também trazem oportunidades enormes para quem estiver disposto a aproveitá-las. A nós, escritores, cabe continuar a fazer o nosso trabalho com seriedade e talento, procurando seduzir a atenção dos nossos leitores da melhor forma possível, sem nos preocuparmos excessivamente com o futuro e com as novas tecnologias.
9Artur Scachetti07/04/2014 04:32:29
Bom dia. O senhor vai escrever um livro sobre o período da ditadura militar no Brasil? Qual livro o senhor acha que melhor descreveu o que realmente aconteceu neste período?
O livro é o encerramento de uma trilogia e marca o fim de um ciclo na minha carreira como escritor. Tenho vários projetos, mas nenhum definido até agora. Gostaria de escrever um livro sobre a Guerra do Paraguai, outro sobre a Inconfidência Mineira, talvez mais um sobre as grandes rebeliões do período da Regência, entre a Abdicação de Dom Pedro I, em , e a maioridade de D. Pedro II. Essa é uma década fascinante, que muitas ideias e projetos de Brasil foram testados, às vezes a custa de muito sangue e sofrimento. De certeza, por enquanto, só sei que será o último livro com data e números na capa. Os próximos livros terão títulos diferentes. Espero que continuem a fazer sucesso entre os leitores. Quanto a , provavelmente eu não escreva sobre o tema. Pelo menos por enquanto. Até porque já existem livros melhores do que eu poderia escrever. Um exemplo é a obra magistral do jornalista Élio Gaspari, quatro livros que, no meu ponto de vista, praticamente esgotam o tema (por enquanto). Foram todos publicados pela Companhia das Letras, com os títulos "A ditadura envergonhada", "A ditadura escancarada", "A ditadura encurralada" e a "Ditadura derrotada". Recomendo a leitura de todos os quatro.
10Claudio Santana07/04/2014 04:38:48
Olá Laurentino. Na sua trilogia, por diversos momentos, você cita e sublima diversos heróis. Considerando seus contemporâneos, há atualmente em formação mais alguns desses heróis que você encontrou na história brasileira?
Heróis têm, pela sua própria natureza, uma dimensão mitológica. Mais do que personagens em carne e osso, eles refletem valores, necessidades e aspirações das sociedade em que viveram - ou, mais frequentemente, das gerações que vieram depois deles e olham para eles em busca de inspiração. Portanto, é difícil identificar heróis no momento atual brasileiro porque todos, sem exceção, ainda estão desvestidos de tua dimensão mitológica, coisa que só o futuro trará. Além disso, todos ainda estão envolvidos na arena das disputas políticas momentâneas, o que dificulta discernir o julgamento que a história fará deles mais tarde. Mas obviamente há personagens importantíssimos no Brasil atual. É o caso de dois adversários: Fernando Henrique Cardoso e Luis Inácio Lula da Silva. Hoje parecem sintetizar forças contrárias e irreconciliáveis. No futuro, a historia provavelmente mostrará que são (ou eram) mais parecidos um com o outro do que é possível ver hoje. Um foi o primeiro sociólogo a chegar a presidência da república. Domou a inflação endêmica e se preocupou com coisas até então sem importância aparente no Brasil, como austeridade monetária e fiscal. O outro foi o primeiro líder metalúrgico, retirante nordestino, com escassa escolaridade, a chegar à presidência. Fez como sucessora a primeira mulher a também chegar à presidência. Quase impossível não olhar esses dois personagens com admiração no futuro.
11Roberto07/04/2014 04:41:49
Laurentino, você já sofreu algum preconceito dos historiadores por ser um jornalista escrevendo sobre a História?
Já enfrentei críticas e até certo preconceito em relação ao meu trabalho por parte de alguns historiadores. Mas eu diria que isso já foi pior e que não envolve a imensa maioria das historiadores que, ao contrário, tem sido até muito generosos comigo. Acredito que a principal diferença entre o meu trabalho e o dos historiadores acadêmicos seja de foco e de público. Um historiador, quando escreve um determinado texto, geralmente tem como alvo final do trabalho os seus próprios pares. Podem ser colegas encarregados de avaliar uma dissertação de mestrado ou uma tese de doutorado ou os leitores de uma revista especializada. Eu, ao contrário, tenho como alvo um público mais amplo, em geral um leitor mais leigo, não habituado a ler sobre História do Brasil. Pode ser também um estudante, umas criança ou um adolescente. Isso me obriga a ser mais simples e generoso na linguagem. Enquanto o estudioso acadêmico usa uma linguagem mais técnica, eu procuro construir um texto jornalístico, no qual misturo análises mais profundas com detalhes pitorescos, curiosos e bem humorados dos personagens e dos acontecimentos. Isso ajuda a reter a atenção desse leitor. O método de pesquisa também é diferente. Eu uso a reportagem como ferramenta do meu trabalho, sem me preocupar com nuances teóricas que, no ambiente acadêmico, são muito importantes. Isso me dá uma liberdade de observação e de narrativa muito grande. Mas acho que jornalistas e historiadores têm muito a aprender uns com os outros. Historiadores podem ensinar aos jornalistas método e profundidade nas pesquisas. Jornalistas podem ensinar aos historiadores a linguagem adequada para atingir um público mais amplo, fora do restrito círculo acadêmico.
12Lucas Liboni Gandia07/04/2014 04:54:48
Olá, Laurentino, bom dia. Em agosto do ano passado, tive a oportunidade de te entrevistar sobre o lançamento de seu mais recente livro, "1889". De lá pra cá, acompanhei, via redes sociais, todo o seu intenso trabalho de divulgação envolvendo este projeto. O senhor acredita que o mercado editorial brasileiro ainda carece de apoio e divulgação dos meios de comunicação do país?
Acredito que o mercado editorial brasileiro está se profissionalizando. Hoje temos grandes e boas editoras, que fazem um bom trabalho tanto na edição quanto na divulgação dos livros. Obviamente, não é nada que se compare ao trabalho feito em mercados mais maduros, como Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha. Mas estamos melhores. Os meios de comunicação também dão espaço bem razoável ao mercado editorial. E isso não se restringe aos meios tradicionais, como jornais e revistas. Há uma infinidade de blogs culturais que merecem ser vistos e acompanhados.
13M.R07/04/2014 04:59:13
Olá, Laurentino. Muitas pessoas têm pedido pela volta do governo militar, argumentando que naquela época o Brasil era melhor economicamente, ou tinha menos violência. O brasileiro se esquece com facilidade da história, ou existe realmente uma crença de que naquela época as coisas eram melhores?
A democracia é uma experiência ainda relativamente recente na história brasileira. Estamos historicamente habituados a um modelo de construção do Estado (e da sociedade) de cima para baixo, tanto no tempo da monarquia como de uma série de "monarcas republicanos", caso de Getúlio Vargas, do Estado Novo e dos generais-presidentes, do regime de . Democracia, como sabemos, é por natureza um processo difícil, que inclui tentativas, erros e acertos ao longo do caminho. São milhões de pessoas tentando pactuar esse caminho, e com interesses divergentes. Então é também natural que, diante das dificuldades, algumas pessoas olhem para o passado com saudade, querendo "atalhar caminho" pela via autoritária. Mas precisamos ser perseverantes no modelo que escolhemos e fugir da tentação golpista. Porque essa é a forma mais consistente e duradoura de construir o futuro.
14Veronica Toledo07/04/2014 05:02:12
Olhando a história do Brasil, a partir dos seus livros, vemos raízes de uma atraso que perdura até hoje. Caso, por exemplo, da nossa baixo nível de educação. Como você enxerga o momento atual? Não desanima ver que o Brasil anda a passos mais lentos que outras sociedades, por exemplo, em educação?
Nós precisamos calibrar as expectativas em relação ao Brasil. O país vai melhorar por uma razão muito simples: nós, brasileiros, sonhamos com um país melhor do que temos hoje. Como numa democracia somos nós que construímos o futuro, em princípio esses sonhos e aspirações deveriam também se refletir nas nossas escolhas daqui para a frente, se formos perseverantes na democracia. Mas o país carrega passivos históricos enormes e estruturais, em especial na educação. Então o nosso desafio é qualificar a sociedade brasileira (pela educação), formando cidadãos capazes de fazer boas escolhas na hora de votar. Trata-se, portanto, de uma transformação de natureza cultural, de longo prazo. O que significa que o país pode, e vai, melhorar, mas não tão rapidamente quanto nós gostaríamos.
15Marilia Antonina07/04/2014 05:05:34
Por que, nós brasileiros, respeitamos tão pouco a nossa história? Pixamos monumentos, desprezamos locais importantes por onde passaram nossos descobridores, ou 'heróis' ... nem os europeus e nem nossos vizinhos latinos são assim...
Os brasileiros, infelizmente, não se reconhecem na própria história porque não foram chamados, até recentemente, a participar dela. Essa é uma história feita sempre de cima para baixo, em um país que, até pouco mais de um século, era dominado pelo analfabetismo, pela escravidão, pela pobreza e pela concentração de renda. Como se reconhecer numa história assim? Como esperar que a história seja valorizada em um país em que a imensa parcela da população até pouco tempo atrás era analfabeta e excluída, impossibilitada de estudar e entender a sua própria história? Tudo isso deve mudar daqui para a frente, em um país também transformado, com mais escolaridade, mais oportunidade e mais portas abertas à cidadania. Aí, sim, nós poderemos olhar para trás e nos reconhecer na nossa própria história. O que significará também valoriza-la e respeitá-la.
Mensaje de Despedida
Estimados amigos, eu já tinha enviado uma mensagem de despedida quando vi que tinha mais tres ou quatro perguntas e decidi responde-las. Então, agora sim, fica aqui minha despedida e minha gratidão a todos vocês que participaram. Um grande abraço a todos
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