EUA lavam as mãos no episódio do avião de Evo Morales
Departamento de Estado afirma que a decisão dos países que fecharam o espaço aéreo para o presidente da Bolívia foi unilateral
Os Estados Unidos se desvincularam da decisão tomada na quarta-feira de madrugada por Espanha, França, Itália e Portugal de vetar o espaço aéreo ao avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, em trânsito procedente de Moscou, por suspeitarem que Edward Snowden pudesse estar a bordo. O Departamento de Estado afirmou que foi a medida foi unilateral, embora se negasse a confirmar se Washington pediu o veto à passagem de Morales.
A proibição desencadeou a indignação de boa parte dos países da América Latina, que apontaram as pressões dos EUA sobre a comunidade internacional devido à fuga de Snowden como responsáveis pela escala de 16 horas que Morales foi forçado a fazer em Viena depois que vários Estados europeus lhe negaram o trânsito. “As decisões foram tomadas por países concretos e deveriam perguntar a eles por que as tomaram”, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, na conferência de imprensa diária.
Porém, Psaki não confirmou se os EUA pediram a França, Itália, Portugal e Espanha para vetarem o espaço aéreo ao avião de Morales. “Devem perguntar diretamente a estes países”, reiterou. O porta-voz ressaltou que, desde que Snowden fugiu, Washington “tem mantido contato com um grande número de países onde ele poderia pousar ou que poderia sobrevoar”. “Fomos bastante claros, este homem foi acusado de vazar informações secretas e deve regressar aos EUA”, assinalou Psaki.
O Departamento de Estado não deixou claro se foi informado de que o ex-técnico da CIA viajaria no avião do presidente da Bolívia na madrugada de quarta-feira. Depois de desistir de pedir asilo à Rússia, Snowden pediu refúgio em mais 21 países, entre eles a Bolívia e a Venezuela, que ainda não disseram se vão rejeitar o pedido. O ministro de Relações Exteriores boliviano, David Choquehuanca, disse que o governo dos EUA pediu a La Paz para extraditar o fugitivo caso ele entre na Bolívia.
Nesta quarta-feira, Psaki afirmou desconhecer o pedido, mas recordou que os EUA e a Bolívia assinaram um pacto de extradição em 1995.
Tradução: Cristina Cavalcanti
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