Eleições no Brasil 2022: quem são os principais candidatos?
A primeira volta das eleições presidenciais se realiza neste domingo. O ex-presidente Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro são os favoritos
O Brasil, uma das maiores democracias do mundo, está elegendo um presidente. Espera-se que mais de 156 milhões de eleitores participem do primeiro turno da votação no domingo, 2 de outubro. Se nenhum dos candidatos receber mais de 50% dos votos válidos, os dois candidatos mais votados se enfrentarão em uma segunda volta no domingo, 30 de outubro, um mês depois. Por enquanto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente Jair Bolsonaro são os melhor posicionados, embora duas outras opções intermediárias estejam procurando ganhar uma posição de destaque. Além da corrida presidencial, o país está renovando toda a Câmara dos Deputados e um terço do Senado. A composição dessas instituições será a chave para fazer avançar a agenda do presidente eleito. Finalmente, há eleições para governadores e assembleias legislativas nos 26 Estados e no Distrito Federal.
Luiz Inácio Lula da Silva, 76 (esquerda)
Lula da Silva é claramente o favorito para se tornar o presidente do Brasil pela terceira vez. As últimas pesquisas dão ao candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) 47% do apoio na primeira volta, 14 pontos a mais do que seu principal concorrente, Jair Bolsonaro. Durante a campanha, Lula tocou as conquistas de seu governo (2003-2010), inclusive o levantamento de milhões de brasileiros da pobreza graças ao Bolsa Família e outros programas sociais. Ele promete agora elevar o salário mínimo acima da inflação e aumentar os impostos sobre os ricos.
Fundador do PT no início dos anos 80, o político esquerdista perdeu três eleições presidenciais antes de sair vitorioso em 2002. Ele deixou o poder em 2010 com índices de popularidade altíssimos, mas depois o seu prestígio levou golpes e golpes. As investigações de Lava Jato levaram à sua condenação por corrupção, e ele passou 580 dias atrás das grades. Em 2019, ele foi libertado da prisão e a condenação foi posteriormente anulada devido a falhas processuais no processo judicial. Agora, o antigo sindicalista está procurando limpar seu nome.
Jair Bolsonaro, 67 (extrema-direita)
O Presidente Jair Messias Bolsonaro enfrenta uma reeleição complicada. Ele vem estagnando há vários meses com pouco mais de 30% dos votos e um alto nível de rejeição entre os eleitores, especialmente as mulheres. Para voltar ao caminho certo, o candidato ultradireitista do Partido Liberal - uma formação da velha política que tanto criticou - tentou reavivar o sentimento anti-Petista - contra o PT - que o levou ao poder há quatro anos, com referências aos escândalos de corrupção dos governos de Lula e de sua sucessora, Dilma Rousseff. Nos últimos meses, ele anunciou um aumento de 50% na ajuda aos mais pobres, uma medida que foi denunciada por seu claro componente eleitoral.
O ultradireitista foi eleito em 2018 em meio ao descrédito dos partidos tradicionais de esquerda e direita. Apesar de quase 30 anos como deputado em Brasília, Bolsonaro se apresentou como um candidato de fora que não tinha medo de dizer o que pensava, mesmo que isso significasse defender a ditadura militar ou insultar as mulheres. Quatro anos mais tarde, o histórico de Bolsonaro no poder é controverso. O líder minimizou a pandemia, descartando-a como uma “gripezinha”, promoveu tratamentos não científicos e atrasou a compra de vacinas. O resultado foram 660.000 mortes, 10% do número total de mortos da covid-19 no mundo.
Ciro Gomes, 64 (centro à esquerda)
Ciro Gomes, candidato do Partido Democrata do Trabalho (PDT), é o terceiro na corrida, mas muito atrás dos primeiros colocados. As pesquisas lhe dão cerca de 7% dos votos. Mesmo assim, Gomes resistiu aos apelos de alguns setores da esquerda para se retirar e facilitar uma vitória de Lula na primeira rodada. O político de centro-esquerda mantém um discurso crítico tanto de Lula, de quem foi ministro, quanto de Bolsonaro. A terceira maneira que ele propõe é, entre outras coisas, a de estabelecer uma renda mínima universal.
Esta será a quarta vez que Gomes se candidata a uma eleição presidencial. Ele concorreu em 1998, 2002 e 2018, mas nunca chegou ao terceiro lugar. Com um perfil mais intelectual do que seus dois principais rivais, Gomes está no cargo público há quatro décadas. Além de ministro, ele foi deputado estadual e federal, prefeito de Fortaleza e governador do Ceará, estado do nordeste do Brasil. Um dos frutos de sua administração é a notável melhora na qualidade da educação.
Simone Tebet, 52 (centro direita)
Simone Tebet é a mulher que mais desponta da corrida. A atual senadora, candidata do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), tem cerca de 5% de preferências no primeiro turno. Como Ciro Gomes, o candidato de centro-direita defende uma terceira via entre Bolsonaro e Lula, criticando o machismo do primeiro e a corrupção durante o governo do segundo. No debate dos candidatos no final de agosto, seu desempenho foi o mais bem avaliado pelos analistas e, segundo as pesquisas, pelos eleitores indecisos. Suas propostas incluem a nomeação de um governo paritário e de uma agenda econômica liberal que procure expandir a participação do setor privado.
Tebet é a menos conhecida dos quatro primeiros colocados na corrida presidencial. Antes de ser eleita senadora em 2014 para o Mato Grosso do Sul, ela foi deputada estadual nesse estado e prefeita de Três Lagoas, a cidade de tamanho médio onde nasceu. Além do apoio do MDB, sucessor do único partido da oposição permitido durante a ditadura militar, ela tem o apoio do PSDB, outro partido do establishment político que é o adversário histórico do PT de Lula.
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