Eleições em Brasil 2022: quando é a segunda volta, como votar, os candidatos e os últimos inquéritos
No domingo 30 de outubro os eleitores escolhem entre Lula da Silva e Jair Bolsonaro para presidente
A poucos dias da segundo turno presidencial de domingo, 30 de outubro no Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera as pesquisas, mas com uma distância que o deixa tudo a um empate técnico se for levada em conta a margem de erro. O atual presidente, Jair Bolsonaro, que está buscando a reeleição, está muito perto. Mais de 156 milhões de brasileiros são chamados aos postos de votação nos 26 estados do país e no Distrito Federal de Brasilia para eleger o próximo presidente da República. Além disso, em 12 estados, os governadores que disputam um segundo turno.
Coincidindo com o primeiro turno presidencial do 2 de outubro, deputados federais e estaduais, senadores e governadores já foram eleitos em eleições que renovaram toda a Câmara dos Deputados e um terço do Senado.
Como votar?
O voto é obrigatório para os brasileiros entre 18 e 69 anos, e opcional para os de 16 e 17, assim como para os maiores de 70. Para ter acesso às urnas, os eleitores devem apresentar um documento ode identidade com foto para comprovar a sua identidade. Eles podem consultar os seus postos de votação no website do Tribunal Superior Eleitoral.
O eleitor deve digitar o número do seu candidato e verificar seu nome e fotografia para confirmar seu voto. Lula é o número 13; Bolsonaro o 22. Os celulares não são permitidos na cabine de votação e devem ser deixados na mesa de votação com antecedência.
No Brasil não há uma “lei seca” nacional, que impõe restrições à venda de bebidas alcoólicas, mas alguns dos estados adotam alguma forma de regulamentação. A legislação eleitoral estabelece que os eleitores não podem ser presos ou detidos cinco dias antes das votações a menos que sejam apanhados em flagrante delito, em cumprimento de uma sentença judicial por uma infracção non sujeita a fiança ou por incumprimento do salvo-conduto.
Quando foi a primeira volta?
No dia 2 de outubro passado, o primeiro turno das eleições presidenciais foi realizado em uma eleição em que cinco cargos estavam em concorrência: deputado federal, deputado estadual, senador, governador e presidente. No caso do presidente e dos governadores, se nenhum dos candidatos obtiver mais da metade dos votos válidos, será realizada uma segunda eleição.
Naquele primeiro turno, Lula da Silva foi o mais votado com 48% dos votos válidos, insuficiente para selar a eleição sem a necessidade de um segundo turno, algo que ele também não conseguiu nas duas ocasiões anteriores em que foi eleito presidente (2002 e 2006). O Presidente Jair Bolsonaro, segundo com 43% dos votos válidos, foi mais forte do que as antecipavam as pesquisas.
Entre os candidatos que concorrem como terceira via, a senadora Simone Tebet, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ficou em terceiro lugar com 4%, enquanto o ex-governador de Ceará, Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (PDT), ficou em quarto lugar com 3%. Ambos endossaram Lula antes do segundo turno.
O que dizem as sondagens?
Uma semana antes da votação, Lula da Silva (47,7%) estava apenas três pontos à frente de Jair Bolsonaro (44,7%), de acordo com a média das pesquisas conduzidas pelo EL PAÍS. Esses números são notavelmente semelhantes ao resultado do primeiro turno, de modo que os poucos eleitores indecisos ou dispostos a votar em branco que permanecem (cerca de 5%) parecem ser decisivos. Na última semana de campanha eleitoral, várias pesquisas ainda estão sendo divulgadas, e algumas empresas estão até apresentando suas últimas medições no sábado anterior às eleições.
A estratégia das campanhas procura convencer os indecisos, mas também aqueles que ficaram em casa no primeiro turno, 21% dos eleitores potenciais, o número mais alto desde 1998. A abstenção no Brasil tende a ser maior no segundo turno do que no primeiro, mas estas eleições podem quebrar essa tendência.
Quais são os maiores colégios eleitorais do Brasil?
O maior colégio eleitoral é o Estado de São Paulo, com 46 milhões de habitantes, onde, à semelhança das eleições presidenciais, os candidatos de Lula e Bolsonaro, Fernando Haddad e Tarcício de Freitas, respectivamente, também competem pelo cargo de governador em um segundo turno.
Depois de São Paulo (com quase 35 milhões de eleitores), vêm os estados de Minas Gerais (16 milhões de eleitores) e do Rio de Janeiro (13 milhões de eleitores). Juntos, esses três Estados respondem por mais de 40% dos votos.
Que governadores ainda devem ser eleitos?
Em 12 dos 26 Estados haverá uma segunda eleição entre dois candidatos a governador: Alagoas, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Sergipe.
Quais são os horários das eleições?
A votação na segundo turno ocorrerá no domingo, 30 de outubro. As urnas estão abertas por um período de 9 horas, entre 8h e 17h, de acordo com o horário de Brasília. Todos os eleitores comparecem ao mesmo tempo, mesmo que haja uma diferença de tempo entre as faixas horárias em um país de dimensões continentais. Os primeiros resultados da contagem do dia das eleições são esperados logo após o encerramento das urnas.
Quem são os candidatos que disputam a presidência?
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi o candidato mais votado no primeiro turno (48%). Forjado em lutas sindicais, o líder de esquerda ajudou a fundar o Partido dos Trabalhadores nos anos 80 e perdeu três eleições antes de ser eleito em 2002 e reeleito em 2006, ambas as vezes em segundo turno. Ele deixou o cargo com índices de popularidade altíssimos, mas passou 580 dias na prisão depois de ser condenado por corrupção. Em 2019, ele foi libertado da prisão e então sua condenação foi anulada pelo judiciário, devido a falhas processuais no processo judicial.
O atual presidente de extrema-direita, Jair Bolsonaro, está buscando a reeleição como candidato do Partido Liberal. Deputado em Brasília por quase 30 anos, foi eleito em meio ao descrédito dos partidos tradicionais em 2018, quando se apresentou como um outsider. Seu mandato foi rodeado de todo tipo de controvérsia, inclusive a de minimizar a pandemia do coronavírus, mas isso não o impediu de receber 43% dos endossos no primeiro turno.
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